segunda-feira, 24 de maio de 2010

FUMO E ALCOOL




Retransmito o Editorial de Maio, do boletim do Vereador João Carlos Nedel - Porto Alegre, pela propriedade do assunto. São drogas legais, isto é lícitas. Imagine voçe caso venha a ser liberado outras drogas hoje ilícitas, como a Maconha, o que seria de nossa saúde publica e de nossas já fragilizadas familias pelo democrático e diabólico uso/efeitos do "Crack".




Gostaria de lembrar a nossos seguidores e amigos, que o Alcool é pré-indutor da cocaína e o crack tem a mesma como base, logo, aqueles que não querem usar o crack também não devem usar o alcool pois este vai desencadear "fisura" pela a cocaina nas suas mais diversas formas.


Pois todos tem mecanismo de ação no cérebro frontal.




Quanto ao fumo pela sua natureza de uso oral e pela cinza que provoca, também provoca vontade "fissura" de voltar a cocaina fumada, seja Crack ou Merla.




Portanto toda pessoa que compreende que para sair das drogas é preciso abdicar de tudo, uma parada total, incluindo álcool e tabaco (fumo), esta praticamente recuperado.


Para quem deseja seguir fumando e bebendo de quando em quando, o número de recaídas será muito grande.




"Não existe cura total definitiva porque o cérebro se modifica a partir da experiencia com a droga, aprende uma nova linguagem que não esquece nunca". A cura é evitar o primeiro gole (cachimbada, cheirada etc...).




BOA LEITURA


FUMO E ÁLCOOL - DROGAS LÍCITAS
Leio no noticiário do jornal a notícia: “Álcool em uma tragédia em Canguçu”. Notícia triste, mas que não me espanta, pois a presença do álcool no sangue de causadores de acidentes fatais é quase uma rotina, de tão constante. São mais de 1.000 brasileiros que morrem, por ano, vítimas de acidentes causados por consumo abusivo de álcool. E tem mais: cerca de 10% de todos os acidentes com vítimas não fatais também resultam de dirigir com excesso de álcool no sangue. Isso porque a bebida alcoólica dá uma falsa sensação de segurança, causa euforia, diminui o controle muscular e a coordenação, prejudica a habilidade de avaliar velocidades e distâncias, reduz a acuidade visual e a capacidade de lidar com o inesperado. Mas não é só nas ruas e estradas que isso acontece. Quarenta por cento dos acidentes nas empresas estão ligados ao uso de drogas, com predominância do álcool, que é a terceira causa de absenteísmo (falta ao trabalho) e compromete quase 5% do PIB. Olha só: no Brasil, 16 milhões de pessoas são dependentes do álcool, que é porta de entrada para o consumo de outras drogas. Não podemos ficar quietos diante desse quadro trágico. Vou entrar de peito aberto nessa luta. Do mesmo modo como fiz para aprovar a Lei Complementar nº 555, de 13 de julho de 2006, que proíbe o uso de fumo em ambientes fechados de uso coletivo e ficou conhecida como Lei Anti-Fumo. Batalhei muito para que essa Lei fosse aprovada, resistindo a todo tipo de pressão contrária, possível e imaginável. Ocorre que ela nasceu como fruto da minha convicção dos males que o fumo comprovadamente causa, como atestam os dados da Organização Mundial da Saúde. E o assunto não comporta mais discussão. Por isso, inicio uma nova cruzada, desta vez contra o consumo imoderado do álcool. A coisa é bem mais complicada do que com o fumo, cuja defesa é feita apenas por usuários dependentes e por fabricantes de cigarros. No caso do álcool, a defesa do consumo vem de outras frentes, além dos dependentes e dos fabricantes. Ela vem inclusive de profissionais da saúde, que atestam que o consumo moderado pode ser benéfico à saúde. A diferença é marcante: enquanto o cigarro SEMPRE faz mal, o álcool ÀS VEZES é saudável. E isso dificulta bastante o combate à imoderação. Afinal, no mundo inteiro são enaltecidas as qualidades de um bom vinho, champanha, conhaque, cerveja ou uísque, para citar apenas as bebidas mais consagradas. E a propaganda desses produtos rola solta pela mídia, inclusive atribuindo-lhes virtudes imaginárias, capazes de atrair e convencer mentes despreparadas, desejosas de uma euforia que suas rotinas de vida não lhes permite alcançar. O resultado: jovens, mulheres e crianças, inclusive, bebendo cada vez mais, embriagando-se até níveis críticos e tornando-se dependentes do álcool. Aceito sugestões de como levar avante uma campanha contrária ao consumo abusivo do álcool. Vereador JOÃO CARLOS NEDEL

sábado, 22 de maio de 2010

CRACK - 30 MIL NOVOS USUARIOS POR MÊS!

Os dados abaixo, lamentalvemente, não correspondem a verdade. 380 mil são aqueles que por terem apresentado qualquer tipo disturbio, médico ou criminal, se destacaram e entraram na estatística, mas a realidade É MUITO MAIOR DO QUE A DA NOTICIA ABAIXO.

NOTÍCIAS DA ABEAD

10/05/2010
No Brasil, 380 mil já usaram o crack
Dados foram apresentados pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, durante o
lançamento da Frente Parlamentar Mista de Combate ao crack, no Congresso Nacional

Lumi Zunica / AE
Fonte: Jornal do Commercio.No lançamento da Frente Parlamentar Mista de Combate ao Crack, ontem, no Congresso, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, apresentou dados preocupantes sobre a disseminação do consumo de crack no Brasil, classificando o vício como caso de saúde pública e dizendo que é preciso agir na prevenção.

Segundo o ministro, no Brasil 380 mil pessoas já teriam experimentado o crack, pelo menos uma vez na vida, e 30 mil só no último mês.O ministro defendeu o diálogo entre pais e filhos como forma de prevenção. De acordo com Temporão, a população mais vulnerável ao consumo do crack é a que vive na rua e, geralmente, o consumo da droga está associado à violência e aos grupos de risco.“Claro que a escola é importante, mas muito importante também é a família, o diálogo entre pais e filhos. O primeiro contato com drogas acontece no final da infância. Claro que são necessárias políticas de educação e de combate ao uso de drogas, mas pais e mães que debatem com seus filhos ajudam muito”, disse Temporão.O ministro da Saúde disse que o presidente Lula pediu aos ministérios da Educação, Saúde, Justiça e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que conversem e apresentem um plano integrado de combate ao consumo de crack.Segundo ele, há inúmeras ações de todos esses órgãos. Ele afirmou que o Ministério da Saúde gasta cerca de R$ 240 milhões no atendimento de saúde a pessoas vítimas de problemas com álcool e drogas. “O presidente pediu a integração dos programas, isso está sendo ultimado.”Temporão disse ainda que não é simpático à ideia de internação forçada dos consumidores de crack, só em casos extremos. “A legislação não permite internação forçada e não vejo com simpatia esse tipo de atitude, a não ser em casos muito graves. É retirar da nossa frente o problema.”O ministro também afirmou que nos últimos oito anos o País mudou o foco no tratamento de pessoas com problemas mentais e de dependência e que atualmente 75% dos casos são tratados clinicamente, sem internação. As pessoas recebem tratamento em espaços comunitários, com o tratamento ambulatorial e que o SAMU faz o resgate de pessoas que estão em situação limites no consumo da droga.


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CURSO DE DEPENDENCIA QUIMICA - H. MÃE DE DEUS

Repasso a nossos amigos as informações sobre como se inscrever ao curso de Inverno promovido por unidade do Hospital Mãe de Deus - Porto alegre, o curso é de aceitação nacional e sulamericana. Quem puder participar só ganhara com isso.
Atualização em Dependência Química
O XXII Curso de Inverno de Atualização em Dependência Química, promovido pela Associação para Incentivo à Pesquisa em Álcool e Drogas (FIPAD) e pela a Unidade de Dependência Química (UDQ) do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, será realizado nos entre os dias 5 a 9 de julho.
O curso aborda conceitos atuais em Dependência Química, avaliação e tratamento do dependente químico, discussão de casos, entre outros.
Os encontros acontecem no auditório do Centro Científico Cultural do Hospital Mãe de Deus, das 8h às 12h e das 14 às 18h.
As inscrições já estão abertas.
Investimento: R$ 190,00 para estudantes e R$ 380,00 para profissionais. Estudantes de Pós Graduação ou Mestrado R$ 250,00.
Para fazer sua inscrição, ligue (51) 3230-2060 ou solicite a ficha na Rua José de Alencar, 286 (FIPAD - Hospital Mãe de Deus).
Depois de preenchida, enviar via correio, acompanhada de cheque nominal à FIPAD – Rua José de Alencar, 286 subsolo, CEP: 90880-480 Porto Alegre-RS, ou depositar no Banco Real - Agência 0407 - Conta 5712771-9, enviar comprovante de depósito e ficha de inscrição via fax: (51) 3231-4536.

ESTE FRADE É DOS NOSSOS MALUCOS!


Em 04 de agosto de 2009 o Ministério Público Federal de São Paulo ajuizou ação pedindo a retirada dos símbolos religiosos das repartições publicas.
Pois bem, veja o que diz o Frade Demetrius dos Santos Silva.
"Sou Padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de São Paulo, por querer retirar os símbolos religiosos das repartições públicas...
Nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião.
A Cruz deve ser retirada!Aliás, nunca gostei de ver a Cruz em Tribunais, onde os pobres têm menos direitos que os ricos e onde sentenças são barganhadas, vendidas e compradas;
Não quero mais ver a Cruz nas Câmaras Legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte;
Não quero ver, também, a Cruz em delegacias, cadeias e quartéis, onde os pequenos são constrangidos e torturados;
Não quero ver, muito menos, a Cruz em prontos-socorros e hospitais, onde pessoas pobres morrem sem atendimento;
É preciso retirar a Cruz das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa das desgraças; das misérias e sofrimentos dos pequenos; dos pobres e dos menos favorecidos".
Frade Demetrius dos Santos Silva São Paulo/SP - 27.02.2010.

sábado, 1 de maio de 2010

Fotos
















Veja algumas fotos de nossa Comunidade Terapêutica em homenagem a nosso primeiro Presidente, Sr ARISTEU PEREIRA DA SILVA que muito trabalhou, trabalha e trabalhará por esta causa nobre de oferecer um ambiente saudável visando a recuperação daqueles que nos procuram. Que nossa padroeira IMACULADA CONCEIÇÃO abençoe-lhe e a todos nós seus amigos.

Entrevista - Dr Eduardo Kalina

Posto a entrevista com o Psiquiatra Argentino Dr. Eduardo Kalina, pois sem duvida, é uma grande autoridade no assunto da Dependencia quimica. Leia e faça seus comentarios logo abaixo.
Paz e Bem. Tio Élio “O CRACK DESTROI O Homo sapiens”

Veículo: Zero Hora
Secção: Crack nem pensar
Fonte: Reportagem de Ângela Ravazzolo
Data: 18/04/1010

Tio Élio: : A entrevista abaixo foi dada pelo Psiquiatra Eduardo Kalina, médico argentino, o qual tive como privilégio participado de um curso ministrado pelo mesmo no RJ na década de 1990. Para mim é uma das maiores autoridades em dependência química no mesmo nível de nosso Ronaldo Laranjeira, psiquiatra e professor da Unfesp. O Dr Kalina é Diretor médico do Brain Center, em Buenos Aires, desde 1994. Vejamos sua entrevista concedida a Ângela Ravazzolo, repórter do grupo RBS.

“ Não existe cura total definitiva porque o cérebro se modifica a partir da experiência com a droga, aprende uma nova linguagem que não esquece nunca.”

ZH – O Sr. Disse que o cérebro nunca esquece a sensação provocada pela droga, lembrando que a “cura” da dependência química exige uma abdicação total das drogas, incluindo o cigarro e o álcool. Não há uma cura para a dependência química?
Kalina - A palavra cura é uma palavra que tem muitos significados.
Por Exemplo: uma pessoa tem um surto de apendicite. Você opera, retira o apêndice doente e aquilo curou para sempre, nunca mais vai ter apendicite porque não tem mais apêndice. Esse é um conceito de cura total, definitiva. Porem, no campo das drogas, o conceito de cura é diferente.
T.E.- Justifica o porque nós chamamos de RECUPERAÇÃO.

ZH – Como seria esse conceito?
K – Não existe cura total definitiva porque o cérebro se modifica a partir de experiência com a droga, aprende uma nova linguagem, que não esquece nunca.
Uma pessoa fuma 20 cigarros por dia, começa com 15 anos , quando tem 25 anos, para. Cinqüenta anos depois, a pessoa tem 75 anos, passou 50 anos sem fumar, acende um cigarro e, oito, 10 segundos depois, aquela coisa que se modificou no cérebro acorda e a pessoa começa a ter necessidade de fumar. Não esqueceu nunca essa nova linguagem aprendida com a nicotina.
Num futuro próximo, com a medicina genética, quando poderemos fazer modificações genéticas, provavelmente vai haver cura definitiva.
Agora o que nós chamamos de cura é quando a pessoa aprende a dizer não.
Para controlar a droga, compensamos com remédios, fazendo com que o cérebro acomode à normalidade, mas não tem garantia nenhuma. É preciso desdrogar-se.
Tirar todas as drogas, porque muitas pessoas querem parar o álcool, mas seguem consumindo o tabaco. E o risco de voltar é grande.
T.E.- Evite o primeiro gole. Pare também de fumar; caso contrario a recaída será muito provável.



ZH – Acredita que é preciso abdicação total?
Kalina – Toda pessoa que compreende que para sair das drogas é preciso abdicar de tudo, uma parada total, incluindo álcool e tabaco, está praticamente curada.
Para quem deseja seguir fumando e bebendo de quando em quando, o numero de recaídas será muito grande.
TE – Veja a justificação dos princípios de uma CT, abstinência total e mudança de vida através do auxilio da espiritualidade. Eu sempre digo: “Sem conversão não há recuperação”

ZH – A recuperação do crack é mais difícil?
Kalina – Não existem duas pessoas iguais, não é possível fazer generalizações.
A recuperação é difícil porque o crack provoca muitos danos, e algumas lesões são irreversíveis.
Alem disso, muitos usuários têm uma vida pobre, sem uma boa nutrição, não usavam muito o cérebro, então, ele estraga mais rápido.
Temos um caso agora na Argentina de uma advogada, que começou a consumir já sendo uma profissional com boa posição. Ela passou mais de um ano consumindo, depois pediu ajuda e foi tratada.
Eu a conheci em um programa de TV em que ela esta contando os danos que tinha sofrido. Ela conseguiu um bom nível de recuperação e agora esta bem melhor porque era uma pessoa bem alimentada, com um cérebro que trabalhava, mais ativo, tinha todas as condições para sair.
Muitos que começam na adolescência ou na infância não conseguem.
Uma pessoa culta que tem Alzheimer demora muito mais para decair quando comparada a pessoas que não usaram muito o cérebro.

ZH – A partir de um estudo mais detalhado do cérebro é possível redimensionar a recuperação?
Kalina – Claro. Dependendo de como esta lesionado o cérebro, podemos recuperar mais ou menos.
Há pessoas em que estamos testando a técnica de reabilitação cognitiva.
Algumas delas tiveram uma boa formação, então conseguimos muitas coisas mais rápido do que com aquele menino de rua que usa crack e fica afetado de uma forma horrível em pouco tempo.

ZH – Existem algum momento do tratamento de recuperação que é mais difícil?
Kalina – Desde a primeira etapa, quando nós temos que limpá-los, porque não conhecemos o que usaram.
Não é uma substancia sempre igual, preparam com um monte de porcarias.
Imagine um menino de 10 anos, mal alimentado, sem escolaridade, e que começa a fumar compulsivamente. Ataca sistema respiratório, coração, artérias. Alguns deles parecem velhos.
É muito difícil, é preciso medicar muito bem, ter recursos, e geralmente o governo nunca tem recursos para essas coisas.

ZH – No RS, há muitas comunidades terapêuticas independentes que colocam os usuários em atividades ligadas à agricultura, algumas delas ligadas a rituais religiosos. Elas tem algum sucesso. Como o senhor avalia esse tipo de comunidade?
Kalina – Para mim, essa é uma segunda etapa (CT) .
A primeira é medica, psiquiátrica e clinica.
Por exemplo, essa mulher mencionada antes (advogada) estava com anemia, produzida pelos tóxicos. Tivemos que tratar a anemia, a hipertensão,
tratamos uma serie de problemas físicos e do cérebro. E, agora que ela esta bem, os tratamentos sociais de recuperação, como fazendas ou comunidades, são muito importantes. Porem, é preciso primeiro um grande tratamento biológico ou ficam danos irreversíveis.

ZH – Essa segunda etapa também incluiria um atendimento psicológico, por exemplo?
Kalina – Claro. Conviver em grupo, trabalhar, tudo isso auxilia a pessoa a se ressocializar. Ao mesmo tempo, quando o paciente está muito doente, na primeira fase do tratamento muitas vezes usamos a terapia individual para ajudar.
Chamamos de “limpeza” esse período de desintoxicação. Para isso, os remédios ajudam muito.
Acho um erro muito grande não tratar toda a parte biológica, que com o crack fica muito comprometida , especialmente o cérebro frontal, que é a região que permite sermos pessoas civilizadas.

ZH – Explique melhor essa função do cérebro frontal?
Kalina – Quando esses meninos têm danos importantes no cérebro frontal, eles deixam de funcionar como pessoas, são como macacos.
Nós tratamos com medicamentos e fazemos trabalhos cognitivos para fazer a região voltar a funcionar.
Quando ela é atrofiada, a pessoa vira um gorila.
Você precisa da parte frontal para pensar em Deus, ter espiritualidade crenças, filosofia, ver o sentido da vida.
Os meninos que ficam com dano nessa zona, a maioria dos que entram em crack e cocaína, viram animais . Eles matam porque gostam de um tênis que a pessoa usava. Pegam o tênis e vão embora,não importa se mataram uma pessoa que tem família, não importa nada.

ZH – O senhor esta dizendo que o crack tira o sentido de civilização do homem. Ela é a droga mais devastadora nesse sentido até agora?
Kalina – Claro. O crack faz voltar o Homem de Neandertal, destrói o homo sapiens. Por isso digo: o governo que não luta contra isso esta permitindo o suicídio.

ZH – Que conselho daria a uma família de um jovem que convive, por exemplo, em um ambiente onde circula o crack?
Kalina - Primeiro, dar um bom exemplo.
Um pai que toma um copo de vinho no jantar não esta criando um filho toxicômano. Porem, um pai que esta todo dia fumando e que bebe muito não pode dizer ao filho que não consuma, porque ele esta consumindo.
Muitas pessoas não se dão conta de que estão constantemente dando exemplos.
Segundo, é importante, desde criança, ensinar o perigo que isso significa.
Nos EUA, em um colégio com crianças entre sete e 12 anos, fizeram um jogo que teria como premio uma viagem à Disney de graça. Todos queriam participar e perguntaram: “Como é a prova?”
Disseram a eles que teriam de atravessar uma fossa com jacarés. Então ninguém quis brincar, todos responderam não, porque o jacaré devora, bate com o rabo e pode quebrar a cabeça.
Então o doutor que organizou esse jogo falou: “Toda criança sabe o perigo dos jacarés.
Temos que fazer o mesmo com nossos filhos, para que eles aprendam o perigo da droga”.
Quando se explica à criança pequena o perigo do cigarro, ela luta para que os pais parem de fumar.
Temos que fazer o mesmo com a droga, um trabalho de educação, informação e prevenção. E, alem disso controlar a presença da droga, não facilitar, não legalizar, cuidar muito, proibir a apologia à droga.

ZH – Existem algumas características recorrentes entre as pessoas que são usuárias de droga ou não se pode identificar isso?
Kalina – Sim, pode-se dizer. Quem conhece esse tema, consegue identificar aqueles que podem ir às drogas.
Jovens que tem conflitos, são impulsivos ou tem uma família onde há patologia, tem muito mais facilidade de chegar às drogas.
Um grupo de estudiosos americanos avaliou que se estudássemos, entre crianças adolescentes aquelas que tem componentes depressivos ou bipolares, seria possível prevenir muito o uso de drogas. Por isso é preciso cuidar por fora para que a droga não chegue até a pessoa . Detectar e diagnosticar aqueles que podem usar drogas e trabalhar com eles.

Infelizmente hoje no Brasil, tem muitos músicos, pintores políticos, jornalistas, opinando sobre drogas e muito pouco se trabalha com profissionais da saúde. Esse tema tem que ser tratado como uma emergência nacional.




Compilado por Elio Nepomuceno de Andrade
Coord Prog Rec da CRIC